conteúdo / Criptomoedas
De cripto à economia real: o avanço das stablecoins no mundo dos negócios
31 de julho de 2025 |

conteúdo / Criptomoedas
31 de julho de 2025 |
Durante anos, as stablecoins foram vistas como uma solução para um problema específico do mercado cripto: a volatilidade das moedas digitais como o Bitcoin e o Ethereum. Mas essa visão tem mudado rapidamente.
De ativos de nicho usados majoritariamente em negociações entre traders e até atividades ilícitas, as stablecoins passaram a ocupar um espaço estratégico em reuniões de conselhos e agendas regulatórias em diversos países.
Em 2025, a expansão das stablecoins se tornou um fenômeno global. Grandes empresas, bancos e até governos passaram a olhar para essas moedas digitais como instrumentos úteis para reduzir custos, acelerar pagamentos e manter relevância em um sistema financeiro cada vez mais digitalizado.
Quer entender melhor sobre esse crescimento? Acompanhe a leitura!
As stablecoins são criptomoedas com lastro em ativos do mundo real, como o dólar americano, o euro, o real ou até mesmo o ouro. Essa característica as torna “estáveis” em comparação com outras criptos mais voláteis.
É justamente essa estabilidade que tem chamado a atenção de grandes corporações como PayPal, Visa, Uber, Amazon e Bank of America, além de redes de pagamentos como Stripe e Fiserv.
A adoção de stablecoins por empresas tradicionais está sendo impulsionada por dois fatores principais:
Para entender melhor, vale a pena saber que a infraestrutura tradicional de pagamentos — dominada por redes como Visa e Mastercard — cobra taxas conhecidas como “interchange fees”. Elas representam uma fatia significativa do custo por transação.
Só nos Estados Unidos, em 2023, essas taxas somaram cerca de US$ 224 bilhões, com margens médias de 35% para emissores de cartões, segundo a consultoria CMSPI.
Empresas que optam por usar stablecoins conseguem contornar parte dessa estrutura. O custo de enviar uma stablecoin representa uma economia direta e significativa para negócios que processam milhares ou milhões de transações diariamente.
Além disso, para empresas que emitem suas próprias stablecoins, há a vantagem de manter o rendimento sobre os ativos que garantem o lastro da moeda.
Diversas corporações estão estudando ou já implementaram suas próprias stablecoins. O PayPal USD (PYUSD) é um exemplo já em circulação. Outras projeções também indicam que Uber, Walmart e Amazon estão em estágios distintos de pesquisa ou desenvolvimento de moedas digitais próprias.
Para essas empresas, o objetivo não é apenas economizar em taxas. Emitir uma stablecoin própria oferece a oportunidade de:
Inclusive, a movimentação das empresas não passou despercebida pelo sistema bancário. O Bank of America, por exemplo, já admitiu que precisa se preparar para manter os depósitos transacionais dos clientes, sob risco de perder espaço para o uso de stablecoins.
Alguns bancos reagiram desenvolvendo suas próprias versões desses ativos digitais. O JPMorgan, por exemplo, trabalha em um “token de depósito”.
No campo regulatório, o governo dos Estados Unidos tem demonstrado interesse em estabelecer um marco claro para a operação de stablecoins. A aprovação do Genius Act deverá permitir que bancos entrem com mais segurança nesse mercado, ao mesmo tempo em que limita a atuação de big techs sem supervisão direta do órgão regulador bancário (OCC, na sigla em inglês).
A expansão das stablecoins não está restrita aos EUA. O Société Générale, na França, já opera uma stablecoin lastreada em euro, enquanto o Sony Bank, no Japão, testa uma moeda própria com lastro em iene.
Na América Latina, onde a volatilidade cambial e a informalidade bancária são comuns, stablecoins estão se tornando uma ponte importante para o acesso financeiro e o comércio digital.
Nós aqui do Braza, por exemplo, temos duas stablecoins próprias. O BBRL é lastreado no real, enquanto o USDB é o nosso dólar digital, com paridade de 1 para 1 com a moeda dos Estados Unidos.
Além disso, certos provedores estão desenvolvendo redes que conectam pagamentos com stablecoins a moedas locais — facilitando ainda mais a adoção por empresas globais que operam em vários mercados.
Para os consumidores, stablecoins podem representar pagamentos mais rápidos, baratos e acessíveis, especialmente em regiões com sistemas bancários menos desenvolvidos. Elas também podem ser úteis para transferências internacionais de baixo custo ou acesso a moedas fortes em países com inflação alta.
No entanto, também trazem novas incertezas: ausência de seguro, risco de fraudes sem reembolso e exposição a regulamentações ainda em construção.
No plano macroeconômico, a expansão das stablecoins pode tanto reforçar quanto ameaçar a dominância do dólar. Apesar da crescente adoção, grande parte das stablecoins são lastreadas em dólar — o que ajuda a manter sua relevância global.
Por outro lado, uma eventual expansão de moedas lastreadas em outras divisas ou criptoativos pode fragmentar o mercado financeiro global.
De maneira geral, o crescimento das stablecoins marca um novo capítulo da digitalização do dinheiro. O que antes era um instrumento técnico para traders, hoje se transforma em uma ferramenta estratégica para empresas, bancos e governos.
Ainda há barreiras importantes — técnicas, regulatórias e culturais —, mas o ritmo de adoção mostra que o tema veio para ficar. Nós falamos mais sobre essas questões desafiadoras neste conteúdo aqui.
Empresas que souberem integrar essa inovação de forma segura e eficiente poderão ganhar vantagem competitiva em um mercado cada vez mais dinâmico. E se você quer saber mais sobre nossa stablecoins, entre em contato com nossa equipe!
Stablecoins são moedas digitais lastreadas em ativos reais, como o dólar, o euro ou ouro. Elas foram criadas para manter um valor estável em comparação com outras criptomoedas mais voláteis.
Empresas veem nas stablecoins uma forma de reduzir custos com pagamentos, acelerar transações e até gerar receita com os ativos que lastreiam suas moedas digitais.
Depende da estrutura de cada moeda e da transparência de quem a emite. Embora ofereçam estabilidade, stablecoins ainda enfrentam desafios regulatórios e nem sempre têm garantias semelhantes às de depósitos bancários. Para ter mais segurança, veja como nós, do Braza, garantimos a paridade do USDB com o dólar.
Não necessariamente. Elas podem complementar o sistema financeiro, mas ainda dependem da conversão para moedas tradicionais.
PayPal, Visa, Uber, Amazon e Stripe são algumas das empresas que já atuam ou estudam lançar suas próprias stablecoins. Bancos como JPMorgan e Bank of America também estão envolvidos nesse movimento.