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O que é DREX e a importância do real digital para o câmbio
10 de novembro de 2023 | Equipe Braza Bank
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10 de novembro de 2023 | Equipe Braza Bank
Você já se perguntou o que é DREX? DREX nada mais é do que a versão digital do real. Ou seja, é a moeda digital brasileira oficial. Essa é uma amostra de como o digital está impactando positivamente o mercado financeiro e como ele vem se adaptando a essa e outras novidades.
Tudo o que diz respeito a essa nova moeda funcionará de forma completamente digital. Assim, quem usar a moeda também terá que armazená-la em carteiras digitais e os bancos, assim como as cooperativas de crédito, já estão se movimentando para oferecer acesso aos usuários.
Mas você sabia que esses reflexos podem se estender para o mercado de câmbio? Quer saber mais sobre o assunto em detalhes? Então continue com a leitura!
Antes de mais nada, vamos começar esclarecendo sobre essa sigla que pode parecer bem estranha para muitos. Na verdade, o nome DREX não é bem uma sigla, mas sim uma representação do que a nova moeda digital é para a economia e para todas as pessoas que pretendem usá-la:
Assim, DREX é uma junção de conceitos de tudo o que a nova moeda digital deve ser.
A moeda digital brasileira começou a ser pensada em 2020. Em 2023, mais precisamente em março, iniciou-se a experiência na prática de como a moeda pode ser utilizada pelos usuários.
Há ainda outras fases para que a moeda possa, de fato, chegar às mãos do usuário final. Neste momento, ela está na fase piloto.
Lembrando que como o DREX é a representação digital do real, 1 DREX equivale a R$ 1 e, na prática, a expectativa é que as transferências possam acontecer via Pix.
Assim como o real, o DREX será emitido e regulado pelo Banco Central (Bacen). O objetivo é que a moeda já possa ser utilizada no final de 2024.
Agora que você já sabe o que é DREX, deve também estar curioso sobre como vai funcionar, na prática, o uso desse real digital. Saiba que a moeda terá as mesmas garantias que a moeda convencional física e também será estabelecida de acordo com os mesmos fundamentos. Ou seja, será possível realizar diversas transações financeiras como transferências e pagamentos.
O uso do DREX visa facilitar o dia a dia de todos e reduzir a burocracia. Por exemplo, digamos que você vá comprar um imóvel.
Hoje em dia, você precisa fazer a transferência da quantia e, em outro momento, acontecerá a transferência da propriedade. Por meio do DREX, será possível fazer ambas em uma única transação.
Isso será possível por meio de contratos inteligentes. Desse modo, além de trazer mais agilidade e segurança para operações financeiras, o DREX pode reduzir custos das transações.
O acesso ao DREX será realizado por contas digitais, plataformas de pagamento e aplicativos. Além disso, você conseguirá transformar a moeda física em digital facilmente e assim usufruir de diversos serviços que não são acessíveis ao dinheiro físico, como os contratos inteligentes e o dinheiro programável.
Lembrando que, ao contrário de algumas outras moedas digitais famosas no mercado, o DREX não terá maior ou menor valor que o real físico. As duas versões — física e digital — valerão a mesma coisa. A única diferença será o formato de apresentação de cada uma.
A fase inicial de testes do DREX, destinada exclusivamente a instituições financeiras e focada em privacidade e programabilidade de operações, será concluída em maio de 2024.
Após essa etapa, caso uma solução adequada, alinhada com o mercado e compatível com a legislação brasileira seja identificada, as instituições financeiras poderão começar a integrar produtos à plataforma do DREX a partir do final de 2024 e início de 2025.
Ao longo de 2025, está previsto o início da fase de testes para a população. Porém, ela será limitada a alguns produtos específicos e a um número restrito de participantes.
A disponibilidade irrestrita do DREX para toda a população pode ser implementada a partir de 2026 em diante, mas a data exata dependerá do progresso dos testes, ainda não definida.
A incorporação de novos produtos à plataforma será determinada pelo interesse do mercado e não está vinculada ao Banco Central, que desempenha apenas o papel de regulador.
Sim, o DREX é totalmente seguro e vamos explicar o motivo: tecnologia.
A moeda digital oficial brasileira está sendo desenvolvida por meio de uma plataforma que possui uma tecnologia conhecida pela sigla DLT (Distributed Ledger Technology) ou, em bom português, Tecnologia de Registro Distribuído.
É uma forma que as instituições financeiras têm de auditar os dados e assim, fazer tudo de forma mais transparente e, portanto, também considerada a mais segura.
Trata-se de um sistema considerado à “prova de hackers” e os dados dentro dele funcionam no modo de blocos criptografados. Assim, nenhuma informação dentro da plataforma pode ser removida ou modificada, porque todos os bancos de dados, de todas as instituições, estão interligados por meio de senhas criptografadas.
Dessa forma, o uso do DREX promete ser ainda mais seguro do que as transações bancárias conhecidas e que já são bastante seguras.
O Pix é, sem dúvidas, uma das maiores paixões dos brasileiros. Ele facilitou consideravelmente as transações bancárias e, o melhor de tudo, economizando muito dinheiro, pois antes paga-se por cada transação de DOC e TED em diversos casos.
De acordo com o site do Governo Federal, o Pix hoje é o meio de pagamento mais usado pelo brasileiro. Já em 2022, apenas 2 anos depois de o Pix ser lançado para os usuários, já havia mais de 520 milhões de chaves cadastradas.
Tudo isso porque o Pix facilita consideravelmente as transações, elas são imediatas e não geram custos para a maioria dos usuários. O DREX, além de conseguir fazer tudo isso, também ajuda na popularização do consumo de alguns tipos de investimentos e serviços financeiros.
Um desses serviços que não podem ser feitos com o uso do Pix, mas são possíveis por meio do DREX é a programabilidade. Mas o que seria isso?
Ela pode ser vista, por exemplo, quando falamos dos contratos inteligentes. Você poderá automatizar os pagamentos ou mesmo condicioná-los a determinadas situações.
Por exemplo, assim que um serviço ou produto lhe for entregue, o pagamento é liberado de forma automática. Isso é perfeito para quem costuma ter a vida corrida e esquece de algumas datas de pagamentos.
Vamos dar um exemplo bem simples para você entender melhor como funciona essa programabilidade.
Imagine que você está em busca de uma linha de crédito. Então, você resolve apresentar um de seus bens, como um imóvel, como garantia para consegui-la com condições mais interessantes.
Caso você não honre com o compromisso, a propriedade será transferida para a instituição de crédito de forma automática. Já se o pagamento for feito corretamente, todo o procedimento fica concluído e, automaticamente, o imóvel deixa de funcionar como garantia do crédito.
Outro ponto fundamental, e que diferencia o Pix do DREX, é a responsabilidade da instituição financeira: enquanto o Pix é de responsabilidade dos bancos onde o usuário possui a conta, o DREX é de inteira responsabilidade do Bacen, algo que torna esse tipo de transação ainda mais confiável.
O vídeo abaixo, do Bacen, fala mais sobre esse ponto:
Além de saber, em detalhes, o que é DREX, entender como essa nova moeda pode impactar o mercado de câmbio é uma das principais dúvidas, especialmente das empresas que realizam transações de compra e venda com outros países.
Uma das grandes vantagens que o real digital será capaz de trazer é a desburocratização e a redução de custos em transações internacionais.
Por exemplo, hoje muitas transações globais acontecem com o dólar, que é a principal moeda do comércio exterior. Desse modo, há certas etapas a serem cumpridas até haver a finalização da transação. Quanto maiores os intermediários, mais os custos podem subir.
“Certo, mas o que o DREX tem a ver com tudo isso?”
Quando a moeda digital estiver em vigor, basta que a empresa com a qual você está fazendo negócios aceite-a. Assim, você pode fazer essa transação financeira diretamente, ou seja, sem intermediários e com uma grande redução de custos.
A ideia é que tecnologia empregada simplifique a interação entre as diferentes moedas dentro de uma plataforma. Isso permitirá a formação de preço entre aquelas que atualmente possuem menos liquidez internacional, como o próprio real.
Essa abordagem tende a eliminar a necessidade de recorrer a uma terceira moeda, como o dólar, podendo tornar transações mais econômicas.
"As pessoas estão negociando e formando um preço naquele mercado, e tem alguém negociando aquela moeda em outro lugar. Se não for líquida o suficiente, o preço vai ser diferente do primeiro mercado, você tem essas segmentações. Quando você está no ambiente DLT, se eu começo a fazer um ambiente de negociação de uma moeda e o preço descola de outro, eu faço uma conexão entre esses dois mercados naturalmente [buscando um preço em comum]", explicou Fabio Araujo, economista e coordenador do projeto do Bacen.
Além disso, por toda a tecnologia avançada e o uso de criptografia nas transações, a segurança é alta e também a confiabilidade de que o dinheiro chegará ao seu destino.
Outro ponto importante é que você poderá manter o seu DREX na carteira digital ainda que esteja em outro país, viajando, por exemplo. E pode escolher realizar a conversão da moeda usando o câmbio local, pois pode ser que essa opção seja mais prática e que também ofereça um melhor custo-benefício.
Agora que você já sabe o que é DREX, como essa moeda funciona, se é ou não segura, sua diferença com o Pix e de que maneira ela será capaz de impactar as transações internacionais e o mercado de câmbio, ficará mais fácil aderir a essa nova forma de usar a moeda brasileira e também de incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo, já que, como vimos o uso dela possui inúmeras vantagens.
Enquanto o DREX está na fase de testes e ainda não foi liberada para uso geral, que tal saber mais sobre os custos das transações internacionais? Confira o nosso e-book que fala sobre como a Inflação e os juros impactam o seu câmbio!