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Como as variações da taxa de câmbio impactam o comércio exterior
19 de julho de 2023 | Equipe Braza Bank
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19 de julho de 2023 | Equipe Braza Bank
A taxa de câmbio é um dos principais fatores econômicos que moldam o cenário global do comércio exterior. Afinal, as operações nesses mercados lidam regularmente com moedas diferentes.
Para entender melhor, considere o exemplo de uma empresa brasileira que vai importar produtos da China. Apesar dela ter seus custos em reais, é comum que essa compra aconteça em dólares — que é a moeda mais comum em transações globais.
Logo, a taxa de câmbio entre o real e o dólar naquele momento influencia nos custos da operação. Inclusive, ela pode deixar as importações e exportações mais ou menos atrativas globalmente, a depender do cenário econômico.
Pensando nisso, neste artigo você entenderá mais sobre a taxa de câmbio e como ela se relaciona com o comércio exterior. Nós do Braza também destacamos como é possível se proteger da volatilidade.
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A taxa de câmbio é o valor relativo entre duas moedas diferentes. Por exemplo, se em determinado dia o dólar está custando R$ 4,80, essa é a taxa de câmbio entre as moedas.
Portanto, ela indica quanto de uma moeda é necessário para adquirir uma unidade de outra. Desse modo, existe uma taxa de câmbio do real com o dólar, euro, libra esterlina etc.
A taxa de câmbio também pode ser real ou nominal. As diferenças são:
Aqui em nosso portal, nós falamos mais sobre esses conceitos e como cada um deles funciona. É só clicar aqui para entender melhor.
Moedas estrangeiras estão sempre enfrentando volatilidade, aumentando e diminuindo sua cotação ao longo do dia. Por isso, é bastante comum acompanhar noticiários que monitoram a variação de moedas como o dólar.
Mas existem diferentes motivos que fazem as moedas lidarem com a volatilidade. Os principais são:
A balança comercial, que representa a diferença entre as exportações e importações de um país, é um fator importante nessas variações.
Por exemplo, um país que exporta mais do que importa terá uma demanda maior por sua moeda no mercado internacional. Então, com base na lei da oferta e da demanda, pode acontecer a valorização da moeda nacional em relação às moedas estrangeiras.
Outro fator relevante é o cenário político e econômico do país. Isso acontece porque a estabilidade de um país é crucial para a confiança dos investidores.
Afinal, as expectativas dos investidores sobre o futuro de uma economia e sua moeda podem afetar as decisões de compra e venda no mercado cambial.
Também há a questão geopolítica. Mudanças repentinas nos cenários políticos e econômicos globais podem afetar a percepção dos investidores em relação a determinadas moedas, levando a flutuações na taxa de câmbio.
Vale a pena também destacar questões como a política monetária, como a taxa de juros. Juros altos, atrelados à credibilidade e confiança do mercado internacional, podem ser um fator atrativo para a entrada de capital estrangeiro.
Neste sentido, as ações do banco central de um país, como a compra e venda de moeda estrangeira, podem influenciar a taxa de câmbio. Às vezes, os governos intervêm no mercado cambial para estabilizar sua moeda ou para alcançar objetivos econômicos.
Por fim, a inflação de um país afeta a taxa de câmbio. Geralmente, uma alta taxa de inflação reduz o poder de compra da moeda local, resultando em uma desvalorização.
Essas variações às quais as taxas de câmbio enfrentam diariamente podem impactar no comércio exterior do país. Contudo, esses reflexos podem ser diferentes na importação e exportação, confira:
Uma desvalorização do real torna as importações mais caras em termos de moeda local. Isso pode levar a um aumento dos custos para empresas e consumidores brasileiros que dependem de produtos e insumos importados.
Dependendo da elasticidade da demanda para certos produtos, a desvalorização da moeda pode resultar em um aumento dos preços ao consumidor.
Por outro lado, à medida que o real se valoriza, o país pode se tornar mais ativo em importações.
O mesmo cenário de desvalorização da moeda brasileira em relação às moedas estrangeiras, como dólar e euro, tende a tornar os produtos brasileiros mais baratos para os compradores estrangeiros e impulsionar a exportação.
Isso pode aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, pois os preços em moeda estrangeira se tornam mais atrativos.
Apesar da volatilidade ser uma característica intrínseca ao mercado cambial, existem maneiras de se proteger. Para isso, as estratégias de hedge cambial podem ser fundamentais.
Usando instrumentos como a trava de câmbio. Por meio dela, é possível estabelecer um preço fixo para uma transação futura em moeda estrangeira, independentemente das oscilações na taxa de câmbio ao longo do tempo.
Essas operações podem trazer mais previsibilidade e segurança para as empresas, estejam elas importando ou exportando.
Vale destacar que à medida que o real se valoriza frente ao dólar, nossas importações têm se tornado mais baratas e reduzindo custos internos sobre determinados setores. Por outro lado, um importante player da balança na ponta de exportação, que é o agronegócio, pode ser sofrer impactos em vendas futuras caso esse movimento de valorização se estenda por muito tempo
Contextualiza Marcelo Cursino, gerente de estratégia comercial do Braza Bank.